Crédito: Foto do instagram @sheronmenezzes

Sheron Menezzes encanta e inspira crianças e jovens negras desde que apareceu pela primeira aparição na televisão. Uma combinação de talento, carisma e declarações transformadoras que fazem dela mais do que uma atriz reconhecida, mas também uma personalidade relevante no país.

A jovem que encantou como Júlia, na novela “Esperança” (2002), hoje é mãe, influenciadora digital e embaixadora de incríveis marcas. Uma coisa não mudou de lá para cá: os cachos. Eles tiveram sutis alterações nas cores e no comprimento, mas seguem belíssimos, soltinhos e bem definidos, sempre inspirando mulheres que buscam potencializar a beleza natural.

Conversamos com a Sheron sobre os cuidados certeiros e altamente nutritivos que ela tem feito para garantir o brilho e maciez de seus lindos e coloridos fios, mesmo em casa. Ela foi além e nos contou sobre finalização dos cachos, autoamor, inspiração de vida e perrengues de trabalho. Não tem como não se encantar!

 

(créditos: @sheronmenezzes / Instagram Oficial)

 

Sheron, assumir os cachos, com todo o poder e a beleza deles, teve um papel importante na sua vida enquanto mulher negra?

Na verdade, durante a vida inteira os cachos fizeram parte de mim. Então nunca precisei me assumir enquanto mulher negra, sempre fui uma mulher negra, sempre me identifiquei assim.

Agora, aprender a cuidar deles teve, realmente, um papel importante na minha vida. Amo esse cabelão, mas precisei de tempo para lidar com ele de maneira mais simples na rotina e mais rápida no dia a dia.

 

Qual é o grau de curvatura do seu cabelo e a cor que está usando atualmente?

Da curvatura, 3C com um pouco de 4A. Mas não saberia dizer qual é a cor. Fiz essa mudança no início das gravações de “Bom Sucesso” e nunca mais retoquei. Lá se vão uns bons 18 a 20 meses, já.

 

Como é a sua rotina capilar?

Eu lavo o cabelo de uma a duas vezes por semana. A não ser que eu esteja viajando para algum lugar de praia ou piscina, por exemplo, aí eu lavo com mais frequência. Na verdade, minha rotina é bem simples: shampoo, condicionador na sequência e finalizar normalmente.

 

Qual é seu método preferido de finalização e texturização?

Para finalizar, divido o cabelo em quatro partes, então aplico óleo capilar, seguido de creme de pentear. Às vezes intercalo com a geleia capilar que ajudei a desenvolver - realmente amo e tem um cheiro incrível! Amasso de baixo para cima para texturizar e seco com difusor - nunca deixo o cabelo molhado após o banho. Para quem quiser entender, tim-tim por tim-tim, como finalizo e quais produtos uso, fiz um vídeo especial sobre finalização nas minhas redes.

 

Qual transformação visual para as telinhas você mais curtiu de fazer? E qual não curtiu tanto assim?

O meu cabelo é tão original e emblemático que os profissionais responsáveis pela imagem das personagens sempre querem que eu mantenha como ele é.

Algumas vezes eu dou uma cortada e amei fazer a Gisele, em “Bom Sucesso”, por exemplo, porque ela tinha franja e eu nunca tinha usado. Isso foi maravilhoso para mim. Já tive os fios mais claro antes, mas dessa vez usei um outro tom que combinou muito com o corte.

Da transformação que não gostei, eu posso falar com muita certeza: o liso de “Duas Caras”. Eu fazia escova todos os dias e sempre com o maior cuidado porque não queria colocar química, mas não foi suficiente e os fios arrebentaram muito.

Foi um processo para recuperar meu cabelo. Não foi como em uma transição porque os cachos continuaram ali, mas eles ficaram “nem lá, nem cá”, sabe? Eles estavam mais danificados mesmo.

Então não alisaria de novo, nem com escova. Fora que meu cabelo é minha identidade, ele é muito quem eu sou, então se puder manter sempre natural, é assim que quero estar.

 

Algumas mulheres alisaram muito os fios por tanto tempo e, agora, estão recuperando a autoestima durante a transição capilar. Se você pudesse dar um recado a elas, qual seria?

Eu diria que se vocês estão na intenção de se reencontrarem e se reconectarem com seus fios naturais, isso é  MA-RA-VI-LHO-SO. A gente tem que se sentir bem com o cabelo que a gente quiser ter.

Então, se for para se sentir muito melhor, eu aplaudo essa iniciativa. Tem que assumir essa identidade, essa juba. Nós temos uma coroa em cima da cabeça, nós nascemos com essa coroa.     Cuidar, amar e cultivar ela é maravilhoso e isso te faz sentir cada dia mais linda.

Pensando na autoestima, se você se sentir assim, linda, e uma pessoa eventualmente disse o contrário, não vai dar ouvidos. Acho que isso é o mais importante! E quando você se reencontra com seu cabelo, é isso o que acontece, não importa o que digam. É como aquela música “Deixe que digam que pensem, que falem, deixa isso pra lá”, mas deixa isso para lá mesmo!

(créditos: @sheronmenezzes / Instagram Oficial)

 

Como você está se cuidando em casa? Tem desenvolvido mais momentos de autoconhecimento e autoamor na rotina de beleza diária?

Gosto muito de me cuidar, de dar amor para mim mesma. Então sempre acordei e fiz aquela makezinha básica antes de sair do quarto - porque a gente tem que se amar e se gostar o dia inteiro, né?

Eu me arrumo para mim mesma e gosto muito de arrumar o cabelo para me sentir bem. Tenho a praticidade dele ser fácil de lidar, basicamente acorda pronto, maravilhoso, feliz e pra cima, querendo saber o que está acontecendo.

Em casa, como não pude fazer meus tratamentos de salão, cuidei com máscara uma vez por semana e segui finalizando com produtos que hidratam os fios. Ainda mais unida nesse caso de amor que tenho a vida toda com meus cachos.

 

Quando se fala de autoestima e inspiração, qual foi a descoberta mais brilhante que encontrou pelo caminho?

Adoro falar de autoestima porque acho essencial, e tem que ser construída lá naquela criancinha, sabe? Assim que a minha foi. Então, quando falo de inspiração e de autoestima, eu falo da minha mãe. Carrego comigo a imagem dela me colocando na frente do espelho e me dizendo: “Olha como você é linda, como seu cabelo é lindo, seu nariz é lindo. Olha a sua boca, olha  essa sua cor”.

Cresci assim. Quando diziam algo pejorativo ou faziam comparações com outras mulheres negras, como a Tina Turner, na intenção de dizer que eu ou características minhas eram feias, sempre respondi: “Ué, mas o cabelo da Tina Turner é lindo e eu sou linda".

Essa autoestima construída desde pequena é muito importante. Criar meninas e meninos  mostrando a beleza que eles têm nas suas particularidades, nas suas características, é muito importante para que tenhamos adultos fortes e se amando. E isso minha mãe fez lindamente. Ela é minha inspiração e é isso o que tento fazer com todas as crianças que passam por mim, mesmo quando não conheço. Mostro sempre como somos lindos do jeito que Deus nos fez.

 

(créditos: @sheronmenezzes / Instagram Oficial / Reprodução)

 

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